A exposição “De comunhão e afetos: fotografias da Primeira Eucaristia” tem como objetivo geral promover, por meio de exposição fotográfica com a temática Primeira Eucaristia, uma possibilidade de construção/memória das práticas culturais religiosas da comunidade rural do Novo Horizonte, localizada em Santa Rosa do Sul (Santa Catarina).

Nas localidades rurais, o registro fotográfico ocorria na maioria das vezes em momentos de ação coletiva, entre elas a primeira Comunhão. Desse modo, reunimos um conjunto de 30 fotografias com o tema “Primeira Eucaristia” selecionadas junto à comunidade, delimitado ao período entre os anos de 1950 a 1970. Para a seleção, contamos com o envolvimento da comunidade, por meio de metodologias participativas, construindo o Inventário de modo participativo, buscando “agregar instrumentos que estimulem a própria comunidade a identificar e valorizar as suas próprias referências culturais, colaborando para o resultado do processo”. (BORDINHÃO; VALENTE; SIMÃO, 2017, p. 23).

A fotografia se constitui nessa exposição, além das práticas e representações, como identificação da construção identitária desse território.

Nesta exposição homenageamos a Irmã Leiga Vanilda Maria da Cunha, nascida em 1941. Filha de Dário Ascêncio da Cunha e Maria Bauer da Cunha, sendo a segunda de 15 irmãos, tendo dois desses dedicados a vida religiosa: Padre Pedro Bauer da Cunha e Irmã Eliete Bauer da Cunha.

A Nida, como carinhosamente é chamada pela comunidade, foi consagrada como Irmã Leiga em 20 de maio de 1990, em celebração realizada, na comunidade do Novo Horizonte, pelo Bispo Dom Osório Bebber. Ela tem dedicado grande parte de sua vida ao exercício dentro da igreja católica, só se afastando de ações cotidianas na primeira década de 2000 por problemas de saúde.

Nida começa a ser catequista em 1960 e, por cinco décadas, foi responsável pela Primeira Eucaristia de diferentes membros da comunidade do Novo Horizonte. Provavelmente se fossemos fazer uma linha do tempo, entre depoimentos orais e registros fotográficos, encontraríamos diferentes gerações da mesma família recebendo a catequese pela voz da Nida.

As fotografias coletivas desta exposição, embora sejam de um período próximo, trazem um pouco desse fio de memória.